Dicas para o educador

Quem nunca ouviu falar do Saci, educador? Suas travessuras são sempre comentadas por nossos familiares que gostam de narrativas com fantasias e faz de conta.

Antes de apresentar esse personagem folclórico às crianças do 2º ano, professor de Língua Portuguesa, faça uma brincadeira muito divertida com elas. Chame alguns alunos à frente da sala para pularem por um determinado tempo com uma perna só. Quem conseguir resistir por mais tempo ganhará um pirulito com um Saci anexado. As crianças ficarão bem agitadas. Assim que terminar a dinâmica, peça para elas voltarem a seus lugares e acalmarem-se. Coloque uma musiquinha com som de floresta e faça um suspense para começar a falar do Saci.

O Saci-Pererê é um ser mítico que habita as florestas e tem como principal característica enganar as pessoas, ou então, pregar peças nelas. Ele tem uma só perna e há versões para explicar esse fato. Uns acham que ele era um menino acorrentado, escravizado, que por conta da ansiedade e desespero, infelizmente, cortou a própria perna para se libertar e fugir. Outras pessoas acreditam que ele perdeu a perna em uma briga de capoeira. Ele fumava cachimbo e há uma versão que diz que ele tinha influência da cultura africana por ter esse hábito. Dizem também que o gorrinho vermelho do Saci-Pererê advém do folclore do Norte de Portugal. É importante antes de partir para a execução do game do nosso canal, educador, mostrar às crianças as características físicas e psicológicas do Saci.

As crianças são muito curiosas e certamente vão se encantar ao descobrirem esse personagem folclórico que divertiu gerações. O jogo online com o “Conto do Saci” vai revelar um pouco da personalidade travessa do Saci e também despertar o interesse dos alunos pelos personagens folclóricos do Brasil de um modo geral.

De forma resumida, conte às crianças, professor, o conto do game. Leve-as para a sala de informática e deixe-as ler o texto para pontuá-lo. Depois, escolha uma criança bem espontânea e expressiva para representar o “Joãozinho”. Outra para dramatizar o avô dele e uma menina para ser a avó. Quanto ao Saci, sugerimos uma criança bem ágil, criativa e que consegue se movimentar com facilidade para simular atitudes do personagem. Estamos propondo uma breve dramatização para ilustrar a aula e contextualizar o game.

Na dinâmica do jogo online, os alunos do 2º ano têm que acompanhar a narração do conto com muita atenção para descobrirem qual sinal de pontuação vai preencher corretamente a lacuna do parágrafo para que o texto tenha sentido.

Educador, que tal revisar os sinais de pontuação que compõem a Língua Portuguesa antes da aula de informática?

A seguir, vamos mencioná-los a fim de que as crianças tenham esse registro no caderno. Caso queira preparar uma fichinha com os mesmos, professor, será ótimo para as crianças consultar e tirar dúvidas.

São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).

Após concluírem o game, sugerimos ao professor para motivar seus alunos a copiarem o conto folclórico no caderno antes da dramatização e ilustrá-lo com capricho. Caso as crianças queiram usar material reciclável para ilustrar o conto, propomos palitos de picolé, tampinhas de garrafa, recortes de papel colorido de revista, ou também, papel camurça (aveludado) ou cartão (duro e consistente), papel crepom (maleável) etc.

Para a encenação do conto, o professor de Língua Portuguesa tem que pedir ajuda ao de Arte e juntos organizarem o roteiro da peça, bem como ensaiarem as crianças. Os alunos do 2º ano podem apresentar a peça para os coleguinhas do 1º ano. Será um sucesso esse momento de interação e socialização!

Objetivos para o aluno:

• Realizar um game de entretenimento com teor educativo sobre sinais de pontuação com temática folclórica;
• Utilizar, ao produzir o texto, grafia correta de palavras conhecidas ou com estruturas silábicas já dominadas, letras maiúsculas em início de frases e em substantivos próprios, segmentação entre as palavras, ponto final, ponto de interrogação e ponto de exclamação;
• Conhecer as características físicas e psicológicas do Saci-Pererê;
• Ampliar o vocabulário e enriquecer o repertório;
• Segmentar corretamente as palavras ao escrever frases e textos;
• Ler, com autonomia e fluência, textos curtos, com nível de textualidade adequado, silenciosamente e, em seguida, em voz alta;
• Exercitar a cognição e as habilidades artísticas;
• Confeccionar o Saci e prendê-lo em uma garrafa pet para simular uma prisão e punição devido às travessuras, artes;
• Produzir narrativas com o encontro de personagens folclóricos famosos, como o Saci e a Cuca;
• Assimilar valores e princípios durante as aulas temáticas;
• Recriar, interpretar e relacionar-se com o mundo em que vive.

Objetivos para o professor

• Motivar os alunos para execução de um game de entretenimento com teor educativo que visa à pontuação correta e a um tema folclórico;
• Mostrar às crianças as características físicas e psicológicas do Saci;
• Elaborar atividades lúdicas para que as crianças possam empregar adequadamente os sinais de pontuação mais comuns;
• Deixar as crianças ganharem autonomia e superarem suas dificuldades;
• Preparar atividades com intertextualidade para as crianças prosperarem na escrita e leitura;
• Promover a comunicação entre as crianças, estimulando o diálogo sobre personagens folclóricos;
• Refletir com as crianças sobre brincadeiras que levam a consequências sérias, principalmente, no ambiente da escola;
• Estimular todas as crianças para a produção de uma narrativa que traga à tona personagens folclóricos;
• Aproveitar os conteúdos para trabalhar com valores, princípios e ajudar na evolução moral das crianças;
• Observar a participação e o engajamento das crianças durante as atividades práticas;
• Proporcionar um ambiente lúdico e desenvolver habilidades de leitura nas crianças.

Sugestão de abordagem para o professor

O Saci, professor, é com certeza um dos símbolos mais famosos do Folclore Brasileiro. A lenda do Saci surgiu no Sul do Brasil, foi influenciada por elementos das culturas africana e indígena. Por influência mais de Monteiro Lobato, o pai da Literatura Infantil, ficou conhecida nacionalmente.

Curiosidade:
Diz a lenda que os sacis nascem em nós dos bambuzais e, depois que morrem, viram orelha-de-pau.

OFICINA DE ARTE:

Vamos capturar o Saci, criança?

Em uma “Oficina de Arte”, vamos dar ênfase a esse personagem para as crianças confeccioná-lo durante um trabalho em grupo. Existem na internet várias dicas para que se possa fazer uma dobradura do Saci, principalmente, para elaborar o gorro dele. Vamos propor uma dinâmica bem interessante: a criança cria um Saci com sucata e depois o coloca dentro da garrafa pet. A intenção é fazer com que as crianças consigam capturar o Saci, já que ele sempre escapa após fazer uma arte, uma travessura, uma traquinagem.

A brincadeira de capturar esse personagem de uma perna só em uma garrafa é tradição no mês de outubro, mas pode ser realizada em qualquer mês para que as crianças possam ir à caça do Saci-Pererê e divertirem-se. Geralmente, a garrafa é de vidro, mas não achamos viável utilizá-la com as crianças do 2º ano, professor de Língua Portuguesa, pois é meio perigoso e pode causar transtornos e acidentes.

O que é preciso para realizar essa dinâmica?

Professor, solicite os materiais com antecedência para a “Oficina de Arte”. Mande um recadinho na agenda para os pais. O principal material é a garrafinha pet. Papéis firmes e palito de picolé são mais indicados para elaborar o corpinho desse personagem folclórico. Deixe as crianças livres para usarem os recursos os quais acharem mais viáveis.

Use um molde de Saci para as crianças o enfeitarem. O palito de picolé ou de churrasco pode ser o suporte para o corpinho do popular personagem. O educador pode pedir às crianças que tragam a garrafa pet sem o fundo, ou seja, os pais têm que cortá-lo. A ideia é inserir o Saci dentro da garrafa pelo fundo. É possível amarrar uma linha no gorrinho dele e depois puxá-la pelo buraco da tampa da garrafa para mexer com o personagem, criar movimentos e brincar com ele, como se fosse uma marionete. As crianças vão adorar manipular e divertir-se com o Saci-Pererê!

RODA DE CONVERSA

Após a aula prática, educador, faça uma reflexão com as crianças durante uma “Roda de Conversa”. Pergunte para elas se concordam com as travessuras do Saci-Pererê, se suas ações levam a consequências. Enfim, aproveite esse momento para trabalhar valores. É importante chegar à conclusão de que certas brincadeiras são perigosas e podem causar danos às pessoas. No ambiente de escola, por exemplo, colocar a perna à frente dos coleguinhas para que caiam é extremamente perigoso e pode causar um acidente grave.

Uma vez que as crianças tomaram consciência das brincadeiras inviáveis, chegou o momento de produzir uma narrativa com o “Saci Capturado”. O que vai acontecer? Será que ele vai conseguir escapar da garrafinha e fazer mais traquinagens?

É importante que as crianças empreguem na narrativa os sinais de pontuação de forma adequada, dando coerência ao texto.

A história mais criativa, educador, após ser feita a correção do texto, pode ser aproveitada para a composição de uma pela teatral.

Complementando o conteúdo

HORA DO CONTO:
LENDAS, MITOS E MISTÉRIOS...

Vamos aproveitar a história do Saci para trazer à tona, na “Hora do Conto”, outros personagens folclóricos. Comece a hora do conto, educador, cantando com as crianças do 2º ano a música a seguir, de Carlinhos Brown.

Pererê Peralta (Saci)
Carlinhos Brown

Me persegue pela mata
Fazendo fumaça, fumando cachimbo
É o Pererê Peralta negro como a noite
Quase que despido
Pula pula some e dança

Como uma criança
Segue seu destino
Se esconde na floresta
Nunca perde festa
Quer se divertir

A vermelha carapuça
Dá o tom da turma alegre do sítio
Dona Benta se vê louca
Com as travessuras do negro Saci
Dá risada e come fruta

Ele sempre busca vadiar assim
Sempre alegre inteligente
Ele é bicho Gente, ele é o Saci

Pe Pe Pe Pererê Perê Perê Pe Pe Pererê
Pe Pe Pe Pererê Perê Perê Pe Pe

Essa música é muito animada e vai possibilitar ao professor de Língua Portuguesa uma conversa com seus alunos sobre os personagens do “Sítio do Picapau Amarelo” e recordar os mais famosos, como Dona Benta, Narizinho, a Cuca, a boneca de pano Emília e outros marcantes, inclusive, o Saci-Pererê. A Cuca, uma lenda presente no folclore brasileiro, é muito conhecida por realizar maldades e sequestrar crianças desobedientes. Na verdade, ela é uma bruxa má.

Na hora de falar sobre os personagens folclóricos, educador, conte a lenda do Boitatá (serpente brilhante que solta fogo), da Iara (Mãe d’Água), do Curupira (protetor da floresta), do Caipora (duende da floresta) e outras que possam despertar o interesse das crianças do 2º ano. Qual o mistério que ronda cada personagem? Quais habilidades eles têm? Por que muitos causam medo?

Após a leitura e interpretação oral das lendas, educador, separe as crianças em grupinhos com cinco elementos e peça para os alunos produzirem uma narrativa que possibilite o encontro do Saci com a Cuca, além de outros personagens folclóricos.

Essas narrativas devem ser aproveitadas em exercícios de interpretação. As crianças adoram visualizar seus textos em atividades, pois se sentem importantes.

Professor, passe às crianças informações visando aos elementos da narrativa antes de elas produzirem a historinha. O texto narrativo é aquele em que se conta uma história, seja ela real ou fictícia. Seus elementos básicos são espaço (lugar), tempo (quando) e personagem (protagonista e antagonista). Outra característica importante da narrativa é a presença de uma voz que conta a história: o narrador. Ele pode ser observador e contar os fatos apenas sob a sua ótica, mas pode também estar inserido na história como um personagem.

A narrativa tem o poder de sensibilizar e passar valores, princípios às crianças. Ela é muito eficaz por levar à reflexão e provocar mudanças na postura do leitor.

A leitura deve ser introduzida na vida das crianças de forma lúdica e não imposta, por isso estamos sugerindo atividades prazerosas para que elas se sintam estimuladas e possam gradativamente evoluir, educador, no aprendizado e na escrita.

Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. (Malala Yousafzai)

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